Thursday 3 March 2016





Happy Meals vão deixar de ser para o "menino" ou para "menina"





O Happy Meal, produto da cadeia McDonald"s dirigido às crianças que inclui a oferta de um brinquedo, tem até agora disponíveis dois tipos de ofertas, rotulados como "de rapariga" e "de rapaz". Nos placards electrónicos, ou quiosques, que permitem escolher e pagar a refeição, a opção surge igualmente identificada como "Happy Meal rapariga" e "Happy Meal rapaz". E ao balcão, se não houver pedido em contrário, os empregados entregam as refeições infantis com o brinquedo de acordo com o sexo das crianças.
Confrontada pelo "Diário de Notícias" com esta prática de discriminação por género, cujo fim em 2014 a McDonald's EUA anunciou, a McDonald's Portugal reconheceu que não obedece às novas normas da corporação e assumiu que vai alterar o procedimento, alterando as instruções dadas aos empregados e os placards eletrónicos. "De acordo com a nossa política global, as equipas [em Portugal] serão instruídas para descrever os brinquedos pelas suas qualidades e não oferecer certos brinquedos a rapazes e outros a raparigas", diz o texto enviado pela sede europeia da corporação ao DN.
A empresa tentou, no entanto, restringir o problema a Portugal e à tradução portuguesa de dois questionários que figuravam nas caixas das Happy Meals que foram comercializadas até 18 de Fevereiro, relacionados com os brinquedos My Little Pony (rotulados como sendo para raparigas) e Transformers (para rapazes): "Em português, há uma distinção na forma como se refere o feminino e o masculino e isso surge na tradução da embalagem das Happy Meals subordinadas aos temas My Little Pony e Transformers", diz a McDonald"s Europa.
Ainda assim, continua a empresa,"tendo analisado a situação, reconhecemos que esta situação pode ser mal interpretada e no futuro usaremos outra forma verbal de modo a certificar que não estamos involuntariamente a influenciar a escolha e variedade de brinquedos dos nossos jovens clientes."
A secretária de Estado da Igualdade, Catarina Marcelino, aplaude a decisão: "Não há brinquedos de menino e de menina. Aquilo que se lê naqueles questionários e a prática de dividir brinquedos por sexo é uma atitude discriminatória que reforça os estereótipos de género. Obviamente não podemos [o governo] concordar com essa discriminação." Nesse sentido, a governante considera essencial que a Comissão para a Igualdade de Género (CIG), que tutela, acompanhe o processo junto da McDonald"s: "Cabe-nos sermos proativos para a mudança. Esta é uma matéria que cabe dentro da missão da CIG, que deverá contactar a McDonald"s para seguir o assunto."

Notícia originalmente publicada pelo jornal Económico: 
XR

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